A Diversidade e Inclusão são destaques na programação da 27ª Feira Pan-Amazônica do Livro e das Multivozes

Nesta segunda-feira (19), a Arena Multivozes apresentou uma programação especial com o foco no espectro autista. Marcos Petry, escritor, palestrante, músico e produtor de conteúdo no canal Diário de um autista, viaja o Brasil participando de palestras e debates informativos sobre o autismo. Por meio de sua própria vivência, o catarinense foi o convidado do bate-papo “Diário Azul: O autismo no cotidiano”, que aconteceu às 16h, o qual teve como mediadora a professora e militante, Clara Azevedo. 

Com anos de carreira na educação, Clara se viu surpreendida após sua filha caçula ser diagnosticada com autismo. Desde então, a professora se tornou uma defensora e pesquisadora da causa. “Informação é vida. Não há nada mais importante do que ter a oportunidade que muitos tiveram hoje para ouvir e aprender sobre o autismo. Para mim foi um privilégio ter acesso a todas as informações sobre as diversas condições e poder aprender a ser uma melhor profissional e mãe”, disse a educadora. 

Falar sobre autismo e deixar esse assunto acessível a um maior número de pessoas causa em Marcos uma alegria tamanha. “É muito importante falar sobre o autismo, aqui, em uma feira literária, para que o espectro, assim como a literatura seja comentado, porque, quanto mais se comenta, mais se quer conhecer. Se troca a especulação em torno das possibilidades do autista. Se abre o olhar e mostra o positivo do autista”, disse o escritor. 

Lenira Alcântara, professora aposentada, veio visitar a Feira quando soube do bate-papo e decidiu ficar na plateia. Ela, que é avó de uma criança autista, ouviu atenta a vivência de Petry. “Eu encerrei a minha carreira trabalhando com autistas, e hoje sou avó do João, de 7 anos, que tem o diagnóstico. Quando eu ouço um autista como o Marcos, que é especialista em diversas áreas e poliglota, eu projeto meu neto para esse futuro. Me emociono porque isso prova que um dia meu neto pode chegar onde o Marcos chegou”, afirmou. 

Ainda celebrando a inclusão, mais cedo, às 15h30, durante a programação da Arena das Artes, ocorreu a apresentação do coral Sonância em Libras, o qual trouxe para o palco alunos do curso de libras do Centro de Capacitação de Profissionais da Educação e Atendimento às pessoas com surdez. 

Coordenado pela regente Geny Ferreira, o grupo que faz apresentações em programações culturais, surgiu com o intuito de levar representações musicais para quem não consegue ouvir. “O Sonância surge com o intuito de incluir na música os nossos alunos surdos. Mostrar a eles que a surdez não pode definir o que eles podem ou não fazer”, concluiu ela.