Livros potencializam o amor próprio e a diversidade
Os livros permitem descobertas, mas também acolhem narrativas, vivências e pluralidade. Dentro da literatura, sentir-se representado tem se tornado um amparo para as Vozes da Diversidade e Inclusão, destaque no terceiro dia da 27ª Feira Pan-Amazônica do Livro e das Multivozes.
O incentivo à leitura é o processo inicial para conhecer o mundo, encarar novas perspectivas e se autoconhecer. Esse aprendizado estimula o interesse e a curiosidade sobre a vida e os sentimentos.
A biblioteca foi o espaço escolar mais frequentado durante a infância de Juliano Bentes, artista e pesquisador que participará do sarau LGBTQIA+ "The Monias", na Arena Multivozes da Feira. “Eu não tinha tantos amigos porque era tímido, então me escondia na biblioteca da escola e ficava lendo o dia todo. Acredito que a importância [dos livros] estiveram justamente em desenvolver a [minha] curiosidade de mundo, universos e outras percepções”, disse.
A representatividade na literatura também tem crescido nos últimos anos. Ter autores que escrevem sobre realidades semelhantes dos leitores têm contribuído para que se enxerguem como merecedores de suas próprias histórias. Se orgulhar de si mesmo não é uma tarefa fácil, e esse processo é ainda mais difícil quando participa de comunidades estigmatizadas, descreve Bentes.
“Se olhar com respeito e orgulho é um processo para a vida e, com certeza, consumir material em que a pessoa se reconheça, se veja representada, faz uma diferença enorme à autopercepção”.
Ainda de acordo com o artista, os livros têm a autonomia de impactar positivamente na vida das pessoas, no entanto, também podem ter efeitos negativos. “Os livros têm o poder de te mostrar vários pontos de vista. É importante ler os nossos e nos sentir vivos e parte de algo maior, mas é importante também ler o que machuca, o que toca onde dói. A vida tem muitos lados”, explica.
A literatura pluralizada conscientiza novas gerações - A força de resistir com a utilização da didática e do uso da escrita é uma das alternativas que dialogam com o público mais novo e ensina a importância de respeitar as diferenças, aceitar a diversidade e a singularidade de cada um.
“Eu acredito muito que as novas gerações vão crescer com outras perspectivas sobre o mundo, e muito disso se deve à representatividade de grupos minorizados, tanto por meio dos livros como nas mídias. Ainda temos muito para equalizar, mas eu acredito que estamos em um bom caminho”, encerra Juliano Bentes.
Por Comunicação (Feira do Livro)