COP30 e Amazônia sustentável são temas na Feira Pan-Amazônica do Livro e das Multivozes


A crise climática é um tema que se tornou indispensável na realidade mundial. Promover debates que tragam notoriedade para a Conferência das Nações Unidas sobre as mudanças climáticas (COP30) é um ato de defesa e cuidado às populações mais afetadas. O primeiro dia da 27ª Pan-Amazônica do Livro e das Multivozes abriu a programação deste sábado (17) com o dia das "Vozes do Clima", pensada em ampliar o conhecimento e conscientizar o público sobre as negociações climáticas e os impactos no mundo.

Entre os grupos mais atingidos pelo aumento da temperatura global, as populações ribeirinhas, quilombolas e indígenas são as principais – o que prejudica a qualidade de vida, a fonte de trabalho e de alimentação dessas comunidades que prevalecem por meio das florestas e dos rios, pontua Daisy Feio, jornalista ambiental do Instituto do Homem e Meio Ambiente da Amazônia (Imazon). 

A jornalista participará da programação da Feira do Livro e das Multivozes em um bate-papo sobre "O que é a COP? Como se preparar?", na Arena Multivozes. O momento tem como objetivo sanar dúvidas e entender as atitudes ecológicas que contribuem para um futuro digno de viver.

"A Feira do Livro é um evento que acontece anualmente e agrega vários públicos, então é um momento muito importante para falar de COP30, qual a importância das decisões e negociações climáticas. É essencial se preparar para sediar o maior evento climático do mundo. As mudanças climáticas já estão acontecendo e medidas para diminuir as emissões de gases de efeito estufa precisam ser tomadas agora", reflete Daisy Feio.

Dedicar as Vozes do Clima como pauta inicial da Feira é entender que diversas são as vozes que, juntas, formam a Amazônia. "A Amazônia é um território imenso e diverso; nós temos a Amazônia urbana, Amazônia rural, Amazônia ribeirinha, e todas essas Amazônia estão sendo atingidas pelas mudanças do clima. O mundo precisa entender o que está acontecendo, não só a própria Amazônia", completa a jornalista.

Literatura é alternativa para conscientização socioambiental - Aliada de pesquisas, conhecimentos e saberes, a literatura é facilitadora e destaca a longo prazo assuntos socioambientais que afetam diretamente a qualidade de vida, seja esse conteúdo transformado em gênero ficção ou científico.

Para Daisy Feio, a literatura tem o poder de imersão que envolve o leitor, estimula o pensamento crítico e questiona problemáticas sociais. "Seja por gênero de ficção ou científico, a literatura tem o poder de aproximar as pessoas de temas sensíveis e ajudar a compreender a nossa realidade", continua.

Proporcionar leituras que enaltecem o meio ambiente e a riqueza da Amazônia insere direitos e deveres pela defesa de territórios e da estabilidade climática. "Estamos falando da vida de várias populações que moram na floresta e que dependem da estabilidade do clima para a sua sobrevivência, para a pesca, plantação de açaí. Acredito que falar desse tema nos livros aproxima as pessoas desse debate", finaliza.

17/08/2024 16h40 - Atualizada em 17/08/2024 17h08
Por Comunicação (Feira do Livro)