Arena Multivozes traz discussões sobre meio ambiente na abertura da Feira Pan-Amazônica do Livro
Questões como sustentabilidade, sociobiodiversidade, mudanças climáticas e COP 30 foram destaque durante o encontro
O bate-papo sobre ‘Sociobioeconomia na Amazônia’ abriu a programação da Arena Multivozes, na 27ª Feira Pan-Amazônica do Livro e das Multivozes, na manhã deste sábado (17). Discussões sobre sustentabilidade, sociobiodiversidade, mudanças climáticas e a preparação para a Conferência das Partes (COP 30) foram destaques que ecoam o tema do primeiro dia da programação: "Vozes do Clima: A COP na Amazônia”.
“Discussões com essas abordagens são fundamentais para aproximar a temática ambiental das pessoas. O nosso intuito foi conversar sobre o assunto fazendo relação com a cultura, com as pessoas, com os lugares, com a diversidade da região, sem tornar uma palestra técnica. Trazer a sociobiodiversidade para o bate-papo, que nada mais é que a diversidade de formas de viver e de se relacionar, seja com os próprios livros enriqueceu muito a nossa discussão”, ressalta a palestrante Marcela Vecchione, professora adjunta do Núcleo de Altos Estudos Amazônicos da Universidade Federal do Pará (UFPA).
A servidora pública e artesã indígena, Ytahy Guajajara, uma das participantes do evento, celebra a temática escolhida para o primeiro dia da Feira e a oportunidade de povos indígenas e ribeirinhos participarem da discussão. “Queremos, cada vez mais, nos fazer presente, sobretudo, em discussões sobre o clima, que influencia diretamente a nossa vida e tem urgência. Ouvir quem vive a realidade das florestas também é fundamental no combate a qualquer dano ao meio ambiente”, comenta.
A mesa, mediada pela influenciadora digital Raquel Ferreira do Carmo, composta por mulheres, trouxe também a palestrante Katia Fagundes, artesã e sócia na empresa Da Tribu, que trabalha com joias orgânicas e biomateriais feitas a partir do látex na Ilha de Cotijuba, nas comunidades do Seringal e Flexeira.
“Poder trocar experiências com o meu fazer de artesã, como empreendedora, com pesquisadores e moradores de comunidades foi muito interessante. Unir a academia e o conhecimento empírico da floresta faz a gente pensar a economia em outro nível e, especialmente, com respeito. O protagonismo das mulheres que eu trabalho, que fazem fios e tecidos emborrachados a partir de insumos da floresta, com um manejo sustentável, é exemplo de iniciativas da bioeconomia”, conta a artesã.
A professora Andreza Trindade afirma que as trocas entre as palestrantes e também com a participação da plateia contribuem para disseminar informações que promovem a conservação ambiental e o fortalecimento das comunidades. “Este é um espaço de diálogo muito importante aqui na Feira, porque congrega e agrega vozes, como diz o nome do espaço, abrindo oportunidade de trazer um debate muito atual e relevante, com importância política e social”, conclui.
SERVIÇO - A 27° Edição da Feira começa neste sábado (17) e segue até o próximo dia 25 de agosto, no Hangar Centro de Convenções. A programação, promovida pelo Governo do Pará, por meio da Secretaria de Estado de Cultura (Secult), funcionará das 9h às 21h, todos os dias, com entrada gratuita
Por Comunicação (Feira do Livro)